A Síndrome de Ehlers Danlos (SED) é um grupo heterogêneo de desordens hereditárias do tecido conjuntivo que se caracterizam por uma fragilidade tecidual, hipermobilidade articular e alterações viscoelásticas na matriz extracelular.
Essas manifestações clínicas e moleculares resultam de mutações em genes envolvidos na síntese, processamento e organização do colágeno, bem como em proteínas associadas à matriz extracelular.
A classificação atual, definida pelo Consórcio Internacional em 2017, reconhece 13 subtipos distintos da Síndrome de Ehlers Danlos (SED), baseados em características clínicas e confirmação genética, exceto para o subtipo hipermóvel (hEDS), cujo gene causador ainda não foi identificado.
O que causa a síndrome de Ehlers-Danlos?
A síndrome de Ehlers-Danlos (SED) é um distúrbio do tecido conjuntivo de origem genética e que caracteriza-se devido a sua hipermobilidade e frouxidão das articulações, hiperextensibilidade da pele, cicatrizes atróficas, pele friável e equimoses.
O colágeno é a proteína que suporta o tecido conjuntivo (pele, ligamentos, tendões, paredes dos órgãos internos, cartilagem, vasos sanguíneos) e defeitos na sua síntese podem resultar em fraqueza muscular tornando essas estruturas mais elásticas.
Mas, quais são os sintomas da síndrome de Ehlers-Danlos em si?
- Articulações muito flexíveis
- Pele muito elástica
- Cicatrização anormal/deficiente.
Ou seja, a pele pode se distender vários centímetros, mas volta à sua posição normal quando liberada. Em um pequeno número de pessoas, a coagulação do sangue não ocorre normalmente, podendo ser difícil estancar o sangramento causado por ferimentos pequenos.
O que pode causar o excesso de colágeno?
O colágeno é a principal proteína estrutural do tecido conjuntivo, sendo responsável pela resistência e elasticidade da pele, vasos sanguíneos, tendões, cartilagens e órgãos. No contexto da SED, mutações em genes codificadores dos tipos I, III e V do colágeno, assim como em enzimas modificadoras (como a lisil hidroxilase e a peptidase ADAMTS2), alteram o processo normal de síntese e maturação do colágeno.
Alguns sinais clínicos da Síndrome de Ehlers Danlos são:
- Pálpebras superiores viradas para fora,
- Conseguir tocar o nariz com a língua,
- Hipermobilidade articular, ou seja, conseguir dobrar o punho e o polegar até tocar o antebraço,
- Frouxidão ligamentar
- Hipotonia muscular, ou seja, os músculos são mais fracos do que o normal.
- Predisposição para ter manchas roxas na pele com facilidade,
- Resistência à dor,
- Marcas (cicatrizes) na pele que podem ser mais finas e frágeis,
- Divertículo esofágico epifrênico, em outras palavras, formação de uma pequena bolsa na parte do esôfago perto do diafragma.
Quem tem Ehlers-danlos pode engravidar: qual é a importância do teste genético?
Como a SED é herdada de forma autossômica dominante em muitos casos, o acompanhamento familiar é essencial. Devido à presença da doença, a gestação exige maiores cuidados, variando à partir do subtipo da Síndrome de Ehlers Danlos identificada através do teste genético.
Em geral, boa parte das mulheres com SED hiperimóveis conseguem ter uma geração segura. Apesar dos sinais de fadiga, dor e instabilidade articular, desde que acompanhada de perto por um profissional especializado, a mãe consegue ter uma gravidez e parto tranquilo.
Alguns casos mais graves, no entanto, exigem atenção redobrada, sendo considerado um parto de alto risco.
O bebê pode herdar a síndrome?
Sim, a SED é uma condição genética e pode ser transmitida de forma autossômica dominante (ou seja, se um dos pais tem, há 50% de chance de passar para o filho em alguns tipos). A análise genética e o aconselhamento pré-gestacional são muito importantes nesses casos.
Relevância do diagnóstico molecular e acompanhamento familiar: O diagnóstico molecular é relevante para confirmar o subtipo específico da Síndrome de Ehlers Danlos, o que pode ajudar a prever o curso da doença e as complicações associadas. É fundamental também para orientar o tratamento e manejo clínico, já que diferentes subtipos podem ter riscos diferentes, como maior propensão a complicações vasculares. A partir disso é feito o aconselhamento genético para os familiares, ajudando a determinar o risco de herança da doença para descendentes.
Diagnóstico: qual exame detecta Ehlers Danlos?
Basicamente, o diagnóstico da Síndrome de Ehlers Danlos envolve uma série de etapas, a começar pela avaliação médica e exames genéticos, seguindo para a biópsia de pele e exames de imagem mais complexos para detectar complicações.
Como diagnosticar SED
O diagnóstico molecular começa com a identificação de mutações genéticas. Existem pelo menos 13 subtipos reconhecidos da SED, e muitos são causados por mutações em genes que codificam colágeno ou proteínas que afetam a sua estrutura.
Esse diagnóstico genético é feito por meio de sequenciamento do DNA, geralmente utilizando técnicas como o sequenciamento de nova geração (NGS), que permite a identificação de mutações específicas em genes relacionados à síndrome.
Veja a classificação e principais subtipos da SED:


